“RESENHA #19: DAMA DA NÉVOA (PRINCESA DAS CINZAS, VOLUME 2) - LAURA SEBASTIAN”

    • Páginas: 402   

    • Editora: Arqueiro

    • Autor (a): Laura Sebastian

    • Nota:     

Leia a resenha do livro anterior da coleção aqui!

Sinopse: Quando Theodosia tinha apenas seis anos, sua mãe, a Rainha do Fogo, foi morta pelo kaiser. Ele tomou seu país e a manteve prisioneira, coroando-a como a Princesa das Cinzas e manipulando-a por dez anos.

Porém, essa época terminou. O kaiser subestimou Theo, considerando-a fraca e indefesa. Ele não percebeu que uma mente astuta é a arma mais mortal.

Agora, Theo não usa mais uma coroa de cinzas. Ela recuperou o título que lhe pertencia e fez um refém: o prinz Søren, filho do kaiser. Mas seu povo continua escravizado e ela está a milhares de quilômetros de distância. 

Para recuperar o trono, ela precisa de um exército. Segundo sua tia, a única maneira de obter um, é se casando.

Mais uma vez estou vindo falar de uma fantasia, eu amo um bom livro desse gênero e não nego (risos). A bola da vez é o livro "Dama da Névoa" o segundo volume da trilogia "Princesa das Cinzas", eu particularmente acho mais difícil falar sobre um livro intermediário. O qual não é o início onde nós conhecemos o universo literário e nem o fim, onde tudo o que foi mostrado até ali se conclui, ou seja, é onde a maior parte da história se desenrola. Mas depois que eu terminei de ler o primeiro volume eu estava eufórica e com animação lá em cima para ler o segundo, que não deu para segurar a vontade, então aqui estou eu.

O livro começa poucos dias após o fim do primeiro, a passagem de temporal é mínima. Então nesse segundo volume, após os acontecimentos em Astrea, Theodosia e seus amigos (Blaise, Artemísia, Heron e Soren) terem fugido, a nossa rainha precisa de aliados, e é aí que entra a parte interessante. Com a necessidade de ajuda, Theo precisa viajar em busca de aliados, e em decorrência disso, são apresentados vários países, com diversos tipos de governo e crenças assim como o mundo real atualmente. Mas além disso alguns países possuem magia, outros tecnologia, e existem outros que não tem nada além de terra árida, então só os resta usurpar, que foi o que os kalovaxianos fizeram com Astrea. 

Logo a maior parte do livro gira entorno de conseguir aliados, afinal, não se reconquista um país com diplomacia e muito menos se ganha uma guerra. Então o que uma rainha sem reino, soldados e ouro tem a oferecer além de sua mão em casamento? Nada. Justamente, e é isso o que Theo faz, mesmo indo contra suas tradições, princípios (rainhas astreanas não se casam) e abrindo mão da liberdade, em nome do seu reino e povo. Até então parece meio clichê, mas quando as máscaras começam a cair, e descobrimos que em torno de um "possível casamento" inúmeras variáveis estão envolvidas, tudo fica mais divertido e instigante. Esse é um bom livro, e eu achei que é uma continuação à altura do primeiro volume, talvez até melhor.

A história é arrastada, e até certo ponto é compreensível, só que isso acaba se tornando massante, com páginas e mais páginas de descrições. Não que eu ache isso ruim, pois o leitor fica ambientado, a única questão é que a escritora pesou a mão nesse quesito. Gente, quando às coisas finalmente começaram a andar, eu levantei às mãos e dei graças a Deus. E apesar dos pesares ainda é um livro instigante e convidativo, e também houveram alguns momentos em que eu perdi o fôlego durante a trama.

Nesse livro aparecem alguns personagens novos, mas eu vou separar uma parte da resenha somente para a protagonista. Theodosia começou o livro carente, insegura e vivendo em negação com relação a alguns fatos e isso me irritou, eu confesso. Mas logo ela cai na real e começa a por o seu cérebro para funcionar, a inteligência e a perspicácia de Theo são memoráveis. Eu senti que ela evoluiu de diversas maneiras, foi incrível, ela terminou o livro mais completa e decidida, disposta a lutar contra tudo e todos por seu reino. Mas vale ressaltar que esse livro é composto por personagens femininas brilhantes, "tanto boas quanto más" uma verdadeira exaltação às mulheres, e é maravilhoso.

“ — Ainda assim, você me lembrava essa lenda. Com seus olhos brilhantes, a coroa de cinzas e sendo filha da Rainha do Fogo. Lady Thora, era como a chamavam, mas eu pensava em você como Dama da Névoa. Sabia que era apenas uma questão de tempo até que seu vigor reacendesse, até que você voltasse a arder o suficiente para fugir dele. ”

Um outro ponto positivo desse livro (assim como no primeiro volume) é que o sofrimento do povo é ainda mais enfatizado, o que fez com que eu me envolvesse e apoiasse mais a causa de Theodosia. Não só o sofrimento e a humilhação da população de Astrea é mostrada, mas também de diversos outros países. E quando vários países são atacados e destruídos, os seus sobreviventes separadamente nada mais são que uma gota de chuva, mas quando, todos unidos e juntos, podem se tornar uma enorme tempestade. E devo admitir, foi emocionante, e apesar de ser uma história sofrida, tem os seus toques de leveza, o que a torna mais agradável.

CUIDADO: ALERTA DE SPOILERS, DAQUI PARA FRENTE É POR SUA CONTA E RISCO.

Esse livro também me trouxe momentos arrebatadores, pois o tão temível Kaiser, morreu como se fosse um inseto, nem se quer estava preparado para o que aconteceu, e uma coisa que livros desse tipo possuem são reviravoltas, ao mesmo tempo que as coisas estão de um jeito, de repente elas mudam completamente. E foi o que aconteceu, Crescentia que era "amiga" de Theodosia se tornou inimiga, e como Cres se tornou esposa do kaiser, que agora está morto, ela detém o poder. O inimigo de Theo já não é mais o mesmo, e se tornou Crescentia, uma mulher digna de medo, extremamente ambiciosa, e que um dia já foi sua "irmã de coração" Como eu disse, o final do livro é surpreende de todas as formas possíveis.

Como eu falei na minha resenha de princesa das cinzas, sobre o triângulo amoroso entre Theo, Soren e Blaise, eu vou o mencionar rapidamente aqui. Continuamos sem resolução da situação, Theo ama ambos, como ela já disse explicitamente, mas ainda não está definitivamente com nenhum. Eu tenho a tendência a achar que um tem leve vantagem sobre o outro, mas a autora na maioria das vezes quando quer destacar Blaise, ela some com Soren, e vice versa, mas confesso que nesse livro, essa situação me irritou ainda mais que no primeiro volume. Então o que resta é aguardar o último livro, e ver o que vai se suceder, mas esse triângulo é só uma gota d'água no oceano que é a história. No entanto, eu gosto de comentar, porque romance, na minha opinião, merece um certo destaque, mesmo sendo de um tipo que eu não gosto.

Mas enfim, eu estou aguardando ansiosamente o lançamento do terceiro e o último volume em português, "Ember Queen" e espero que o livro seja tão bom quanto os anteriores, se não, melhor. Mas caso não seja, a experiência foi ótima até aqui. E apenas mais um a parte elogio, a capa do livro é linda, e a princípio parece que não, mas cai como uma luva para essa história. Eu espero que vocês tenham gostado da resenha, beijocas e até a próxima! (◕ᴗ◕)