“RESENHA #8: CORTE DE NÉVOA E FÚRIA - SARAH J. MAAS”

• Páginas: 658
• Editora: Galera
• Autor (a): Sarah J. Maas
• Título: Corte de Névoa e Fúria
• Coleção: Corte de Rosas e Espinhos
• Nota:

Leia a resenha do livro anterior da coleção aqui!

Sinopse: Nessa continuação, a jovem humana que morreu nas garras de Amarantha, Feyre, assume seu lugar como Quebradora da Maldição e dona dos poderes de sete Grão-Feéricos. Seu coração, no entanto, permanece humano. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin e o pacto firmado com Rhys, senhor da Corte Noturna. Mas, mesmo assim, ela se esforça para reconstruir o lar que criou na Corte Primaveril. Então por que é ao lado de Rhys que se sente mais plena? Peça-chave num jogo que desconhece, Feyre deve aprender rapidamente do que é capaz. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte e ameaça o mundo de humanos e feéricos.

CUIDADO: ALERTA DE SPOILERS DO LIVRO ANTERIOR E DE A CORTE DE NÉVOA E FÚRIA, DAQUI PARA FRENTE É POR SUA CONTA E RISCO.

Corte de névoa e fúria e o segundo livro da trilogia "Corte de Rosas e Espinhos", aqui nós seguimos com a jornada de Feyre, alguns meses após "acotar", logo depois dela deixar a sua mortalidade para trás e se tornar uma Grã-feérica. E Feyre também tem uma mudança drástica de personalidade nesse livro, bom, pelo menos em parte dele. A protagonista foi morta e ressuscitada "acotar". É possível dizer que Feyre desenvolveu estresse pós traumático, mediante à tudo o que aconteceu sob a montanha, ela não come, não dorme, tem pesadelos constantemente, corre toda noite para vomitar no banheiro, etc. Isso é triste, é de cortar o coração, e o pior dessa situação toda é Tamlin, que negligência a mulher que lutou com unhas e dentes para salvar ele o povo dele. Ele proíbe Feyre de sair, a exibe como uma esposa que obedece ao marido (ele não é marido dela) cegamente, quer controlar o que ela pode ou não fazer, e Tamlin além de viver alheio à tudo o que está acontecendo com a sua "amada", faz Feyre acabar envolvida em um relacionamento abusivo. 

Às vezes fico me perguntando se Feyre tivesse dito "eu te amo" para Tamlin a maldição seria sido realmente quebrada? Eu particularmente tenho a sensação de que protagonista vive em um ciclo de agradecimento e um senso de obrigação, eu não duvido dos sentimentos de Feyre para com Tamlin, só duvido que fosse realmente amor, ele alimentou a sua família, deu riquezas e conforto, deu à Feyre tudo o que ela desejava, será que não é simplesmente um sentimento de gratidão, que com certa manipulação se transformou em "amor"? Bom, acho que nunca saberei a resposta (risos).

 

Então nessa parte inicial da história  nós temos que ser compreensivos e pacientes. Mas meu Deus do céu, como é difícil ver Tamlin e Ianthe (sacerdotisa) controlando ela (em alguns momentos eu fiquei com vontade de gritar, "você é um passarinho Feyre e precisa voar") é torturante essa situação toda. Eu particularmente passei tanta raiva com esse livro, os personagens me irritaram tanto, mas tanto, que eu até parei de ler por um tempo. Mas Sarah construiu uma narrativa muito cativante, que realmente te prende, uma história onde todas as pontas soltas do primeiro livro se juntam nesse segundo, eu particularmente acho esse um dos melhores livros da autora, apesar dos pesares.

Mas vamos falar de algumas outras coisas que são trabalhadas nesse livro, como no primeiro livro, temos cenários lindíssimos, que dão até satisfação de serem lidos. Em como a escritora trabalhou a  relação abusiva e como a protagonista precisou de ajuda e amigos, e como isso foi importante, principalmente Rhysand, ele apoiou, ajudou e esteve ali por Feyre sempre que a mesma precisou. Ele estava tão quebrado quanto Feyre, então acho que ele entendia o sofrimento e conseguiu ser meio que um porto seguro.

Aproveitando o gancho, já que estou falando de Rhysand, um outro ponto que é trabalhado aqui é "às aparências enganam". Em como julgamos às pessoas, nesse caso os personagens sem ter uma versão completa da história, e a prova disso é Rhys, que nesse livro foi nos apresentado com uma face completamente diferente do primeiro livro, se mostrando um grão-senhor preocupado, um bom amigo, uma pessoa boa e confiável. E para mal, temos Tamlin, que de bom moço passou a ser uma pessoa obcecada, negligente e possessiva. Mas tirando o foco um pouco dos personagens principais, nesse  novo livro somos apresentados a vários outros personagens, e não são simplesmente personagens jogados ali, porque uma história precisa de novos personagens. Eles são profundos, e tem as suas histórias, seus temores, suas cargas emocionais e uma história própria, alguns exemplos são, Mor, Cassian, Azriel, Amren, Tarquin e muitos outros. É sensacional se emocionar com esses personagens.

Mas um assunto interessante e sério trabalho na obra é o preconceito com feéricos inferiores e mulheres. Em grande parte das cortes, mulheres são apenas de enfeite e para procriação, isso é realmente triste, e em alguns pontos as situações condizem com a própria realidade. Mas a protagonista é a exceção, ela veio para ser diferente e fazer a diferença, mesmo que no início não pareça. A autora evoluiu Feyre, de uma mocinha que estava totalmente perdida e destruída, até uma mulher que renasceu das cinzas, mais poderosa do que antes, é interessante ver a descoberta de que Feyre não tem poder, ela é o próprio poder.

Essa história é longa, cheia de evoluções/ transformações por parte dos personagens, o final do livro é de fazer o coração querer saltar pela boca, e pelo menos me deixou muito ansiosa para ler o próximo volume, realmente, esse livro é uma das melhores obras de Sarah, e apesar dos pesares, é o meu preferido da trilogia, ele é sensacional. E isso também é simplesmente uma questão de preferência. Espero que tenham gostado da resenha, beijos e até a próxima! (◕ᴗ◕)

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