“RESENHA #22: RAINHA VERMELHA - VICTORIA AVEYARD”

    • Páginas: 422

    • Editora: Seguinte

    • Autor (a): Victoria Aveyard

    • Nota:

      

Sinopse: O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Ei, pessoal, hoje vou falar um pouco da minha experiência com "Rainha Vermelha", já de início eu preciso falar que comecei a ler esse livro e parei pelo menos umas cinco vezes. Porém, agora finalmente consegui concluir a leitura. Nesse novo universo criado por Victoria Aveyard, às pessoas são dividas e classificadas pela cor do sangue, de um lado os prateados, que governam, dispõe de luxos e riquezas, vivendo como deuses sob a terra com seus poderes sobrenaturais. E do outro lado, os vermelhos, pessoas que possuem as únicas funções de obedecer, trabalhar, viver na miséria e sofrer. E no meio disso tudo, temos um ponto fora da curva, Mare Barrow, a protagonista. Que apesar de ser uma vermelha, possui poderes, assim como os prateados.

Logo no início do livro a autora nos ambienta com relação a vida de Mare, ela e sua família sobrevivem com o mínimo possível. E a protagonista ainda rouba de todos os que consegue, para aumentar um pouco a qualidade de vida em que estão submetidos. E ainda tenta correr do recrutamento para a guerra, que a cada segundo passado está mais  perto. (todas às pessoas que completam 18 anos e não tem trabalho, ou que não seja aprendiz de alguém para assim poder trabalhar futuramente, é recutrado para uma guerra que assola o país há tempo demais, mais que o necessário, inclusive). 

Ao mesmo tempo que a escritora ambienta o leitor quanto a vida de Mare, eu senti que ficou a desejar algumas explicações. Por exemplo, a organização social, como às coisas aconteceram para chegar àquele ponto, onde uns vivem submissos e outros como seres intocáveis. Além disso, falta uma explicação para com a origem dos poderes sobrenaturais dos personagens. Talvez porque recentemente eu tenha lido livros onde às coisas são explicadas tintim por tintim, mesmo que aos poucos, eu senti falta disso na obra.

Às circunstâncias que fazem com que Mare vá parar no meio da corte, submersa até a cabeça em problemas são previsíveis. Inclusive, à obra de maneira geral é bem previsível, exceto por uma parte ou outra. Mas de qualquer forma, isso não impede que o leitor simpatize e apoie a causa dos personagens, que lutam contra tamanha injustiça, a situação que a população dos vermelhos vive é deplorável, e eu particularmente fiquei com dó, e fiquei com vontade de ver alguma mudança acontecer. A autora consegue fazer o leitor sentir aquela sensação de tristeza e angústia por causa desse sofrimento.

Mas em contrapartida, eu não simpatizei com quase nenhum dos personagens, inclusive Mare, a protagonista. Eu senti que faltou profundidade nos personagens, eles são rasos demais, e às atitudes muitas vezes são fúteis. Eu espero que nos próximos livros os personagens tenham um desenvolvimento melhor, evolução e bom aprofundamento. 

Mare, durante muitas partes da história, foi prepotente e ingênua, isso levou a diversas situações problemáticas. Ela também não teve atitude muitas vezes, e com isso acabou se tornando uma pessoa manipulável e influenciável, em algumas ocasiões, talvez seja um pouco de falta de personalidade por parte da personagem. Mas claro, apesar dessas coisas, Mare Barrow teve os seus momentos de brilhar e isso é inegável, principalmente em situações de vida ou morte, a personagem mostrou ter uma astúcia digna de ser lembrada.

Além disso a protagonista ficou entre Cal e Maven, o príncipe herdeiro e o segundo príncipe, respectivamente, isso foi uma coisa que eu não curti muito, porque não sou fã de triângulos amorosos, apesar de não ser bem esse o caso aqui. E apesar dos pesares, Cal foi o personagem que eu mais simpatizei, ele permaneceu autêntico e fiel as suas convicções do início ao fim da obra.

Mas uma coisa que eu gostei na história, é que universo o literário tem uma aura rústica e tecnologica ao mesmo tempo. Mas isso acontece em decorrência da desigualdade social, enquanto para alguns um elevador é a coisa mais normal do mundo, para outros é algo completamente inovador e até assustador, por exemplo. Apesar de ser algo depreciativo, eu gosto muito desse tipo de universo, onde tecnologia, magia, e essa sensação da história estar se passando anos atrás se misturam. Eu sinto como se estivesse viajando, sem sair do lugar.

Agora falando de algumas características do livro em si, a história se enquadra na categoria distopia, e cumpre bem o seu papel. O livro também é narrado em primeira pessoa, por Mare, então talvez se você não simpatizar tanto com a personagem isso pode vir a ser um problema. Eu não achei ela interessante, mas esse fato não chegou a me incomodar na narração. O livro também é bem lento em alguns momentos, mas de repente se torna frenético, então tem essas mudanças bruscas, que é algo que eu curti. E para quem gosta de emoção, intrigas, política, romance, e principalmente traições, esse livro é um prato cheio. E a frase que melhor define essa história, como já dizem os próprios personagens é: "Todo mundo trai todo mundo"

CUIDADO: ALERTA DE SPOILERS DAQUI PARA FRENTE É POR SUA CONTA E RISCO.

Uma coisa que eu acho que já está ficando batida nesse tipo de história, é o fato de alguém sempre ter que morrer por um bem maior, ou alguém que não tinha nada haver com a história, acabar morrendo no fogo cruzado, por causa das atitudes de outras pessoas. Isso também acontece nessa livro e vou citar alguns casos. Lucas, um guarda prateado acabou morto, por causa de uma atitude da protagonista, ele não tinha nada haver com o rolê, e ainda era um colega de Mare. 

Julian, era um professor de Mare, e ela precisou da ajuda dele para resolver uma situação e o personagem acabou preso, a morte dele não está explícita, mas fica subentendido. Claro, ele ajudou por vontade própria, mas ele não estava envolvido diretamente com a situação e acabou se ferrando, assim como diversos outros personagens secundários. Eu estou comentando na resenha desse livro, mas o fato de estar ficando batido se aplica a vários livros. (Eu sei que escrever um livro é uma tarefa dificílima, então eu entendo que alguns artifícios tem que ser utilizados) Mas como eu disse, isso é apenas uma opinião minha.

Resumindo, eu pretendo ler o próximo volume por dois motivos, o primeiro é por causa da curiosidade e o segundo é porque ouvi dizer que o próximo livro é melhor que o primeiro, e que apesar dos pesares, é um livro bom. Me desculpem pela resenha gigante, mas é que tem dias que a gente acorda inspirado (risos). E vocês, já leram esse livro? Espero que vocês tenham gostado da resenha, beijos e até a próxima! (◕ᴗ◕)