“RESENHA #15: ARTEMIS FOWL: O MENINO PRODÍGIO DO CRIME - EOIN COLFER”

   • Páginas: 288

   • Editora: Galera Record

   • Autor (a): Eoin Colfer

   • Notas:

Sinopse: Artemis é o único herdeiro do clã Fowl, uma lendária família de personagens do submundo, célebres na arte da trapaça. O garoto imagina um plano para recuperar a fortuna de sua família, após o desaparecimento misterioso de seu pai. Seu plano poderia derrubar civilizações e mergulhar o planeta numa guerra entre espécies. O garoto começa a pôr seu plano em prática em Ho Chi Minh, a calorenta capital do Vietnã, em pleno século XXI. Lá, aliando tecnologia de ponta a seus dons criminosos, ele chantageia uma fada decadente para roubar seu Livro, objeto que permitirá desvendar os segredos do Povo das Fadas e descobrir onde esse povo guarda uma enorme reserva de ouro. Mas isso é só o início. Em um lance ousado, Artemis sequestra uma das criaturas do Povo das Fadas para assegurar o sucesso de seu plano. O que ele não esperava era se deparar com a capitã Holly Short, uma elfo valente e irritada da LEPrecon, a unidade de elite da polícia das fadas. 

"Artemis Fowl: O menino pródigo do crime" é o primeiro livro da coleção Artemis Fowl, a série é composta por oito volumes. Esse é mais um daqueles livros que eu comprei só pela capa, e acabei sendo surpreendida, particularmente eu não estava esperando esse tipo de história com um misto de fantasia e ficção científica. Na verdade, eu não sei o que esperava do livro, mas com certeza não era isso. No entanto eu gostei bastante do livro, é uma história infanto juvenil, mas acho que qualquer pessoa poderia ler e facilmente se sentir atraída pela trama.

O livro é narrado em terceira pessoa, mas felizmente são apresentados vários pontos de vista e não somente o de Arty. A escrita de Eoin Colfer é super convidativa e envolvente, eu não achei a leitura arrastada, apesar de ter o foco principal em uma coisa só, durante o livro todo. Uma coisa que eu achei meio confusa foi a passagem temporal do livro, digamos que considerei um pouco bagunçada, mas não é nada que atrapalhe realmente a leitura.

O livro tem algumas características bem legais, uma delas é acompanhar a mente de Arty funcionando, ele é extremamente inteligente, estando praticamente a história inteira dois passos a frente de seus "inimigos", não podemos começar a obra esperando ver um mocinho, porque não é isso que o livro nos proporciona, o protagonista é um anti-heroi, apesar de ser uma criança de 12 anos. 

Se o autor não fizesse questão de mencionar esse fato a cada certa quantidade de páginas, eu diria facilmente que Arty é um adulto. Não ousei romantizar o personagem, porque ele é um sequestrador e ladrão, mas ainda assim, em algumas poucas ocasiões,  centelhas de sentimentos são expressadas pelo personagem, afinal, ele ainda é humano, mas ainda assim é magnífico acompanhar a  jornada de Arty.

CUIDADO: ALERTA DE SPOILERS, DAQUI PARA FRENTE É POR SUA CONTA E RISCO.

O autor criou um universo divertido e uma história bastante original, o livro tem seres mágicos, nesse caso, as "fadas" falando de maneira bem geral para descrever goblins, anões, elfos, trolls, etc. Cada um desses seres tem características únicas, além disso, eu achei fantástico o fato dessas criaturas, possuírem tecnologia de ponta, (graças a Potrus, um centauro muito inteligente e divertido) os tornando ainda mais peculiares e jamais inferiores ao seres humanos. O livro tem muitos personagens, e eu devo dizer que gostei de todos, os achei bastante cativantes e todos com personalidades marcantes.

Falando em características legais, uma coisa que eu não achei tão interessante são os motivos de Arty para aprontar várias poucas e boas com o povo das fadas. Sendo dinheiro o principal impulsionador, se você olhar de certo ponto de vista, é muito válido, mas o personagem já é muito rico. Tudo bem, ele quer ficar mais rico ainda, mas é uma justificativa pouco convicente, pelo menos na minha opinião. Mas o final do livro, acaba compensando parte dessa "falha de roteiro" com uma surpresa agradável.

O livro tem muitas coisas boas, é muito satisfatório ver o apreço que o povo das fadas tem pela natureza e o quanto eles a amam, principalmente da perspectiva de Holly. Eu gostei da história e pretendo ler os próximos volumes, para quem gosta de fantasia, ação e emoção, esse livro é uma boa escolha. E se não tiverem interesse pelo livro, a Disney fez uma adaptação, e o filme foi lançando ano passado, contando uma das aventuras de Arty. Espero que vocês tenham gostado da resenha, beijos e até a próxima! (◕ᴗ◕)