“RESENHA #39: A RAINHA DO NADA (O POVO DO AR, VOLUME 3) - HOLLY BLACK”

    • Páginas: 294

    • Editora: Galera

    • Autor (a): Holly Black

    • Título: A Rainha do Nada

    • Coleção: O Povo do Ar

    • Nota: 

Sinopse: Ele será a destruição da coroa e a ruína do trono. O poder é mais fácil de adquirir do que de manter. Jude aprendeu a lição mais difícil de sua vida quando abdicou do controle do Rei Cardan em troca de um poder imensurável.Agora, ela carrega o outrora impensável título de Grande Rainha de Elfhame, mas as condições são longe de ser ideais. Exilada por Cardan no mundo mortal, Jude se encontra impotente e frustrada enquanto planeja reivindicar tudo que Cardan tomou dela. A oportunidade surge com sua irmã gêmea, cuja vida está em perigo. Para salvá-la de uma situação tenebrosa envolvendo Locke, Jude decide voltar ao Reino das Fadas se passando por Taryn. Antes disso, porém, ela precisa confrontar os próprios sentimentos contraditórios pelo rei que a traiu.No entanto, ao voltar a Elfhame, Jude constata que tudo mudou. A guerra está prestes a eclodir, e ela caminha próxima a seus inimigos. Será que ela vai ser capaz de resgatar a Coroa e o amor incondicional de Cardan, ao mesmo tempo que destrói os planos de seus inimigos? Ou será que tudo está perdido para sempre?

Finalmente chegamos a conclusão dessa trilogia maravilhosa que é O Povo do Ar. Um final épico para uma trilogia épica. Eu acho que esse livro foi um desfecho muito digno para essa coleção que arrebatou o coração de muitos leitores por aí, inclusive eu. Rainha de Nada é um livro incrível que conseguiu concluir a trajetória de Jude com menos de 300 páginas. E isso mostra que um livro de fantasia pode ser realmente fantástico mesmo com poucas páginas.

Começamos o livro com Jude exilada no mundo mortal, que ainda está remoendo alguns sentimentos com relação Cardan e também tendo de lidar a seu modo com a questão financeira, afinal, humanos precisam de dinheiro para sobreviver. Em decorrência disso ela acaba pegando um trabalho para dar um jeito em uma fada que está supostamente atacando outras fadas ao Bel prazer. E com isso Jude acaba acaba conhecendo Grima Mog, que foi exilada assim como ela, e está disposta a revelar alguns segredos do reino das fadas com um certo custo. E a partir daí às coisas começam a se desenrolar, algumas coisas acontecendo de forma conveniente, outras nem tanto.

Uma das coisas que o leitor logo consegue perceber nesse livro é que Jude não foi feita para a monotonia, a personagem nasceu para as barganhas, guerras e principalmente para viver de forma intensa. Uma das coisas que eu gosto em Jude é que ela não é uma personagem que tem poderes extraordinários ou habilidades magníficas. Mas ainda assim é uma personagem grandiosa, que consegue prender o leitor, com todas as suas façanhas, engenhosidade e por puro carisma. E nesse livro em específico a personagem teve uma mudança drástica, deixando de lado (não totalmente) a inconsequência e criando um senso de responsabilidade maior, ponto positivo! 

Ainda falando de personagens, eu fico chocada como não existem personagens mal aproveitados em nenhum volume da trilogia. As ações de alguns personagens nos livros anteriores  acabam sendo refletidas e tendo importância nesse livro final. O que eu quero dizer, é que autora consegue pegar várias atitudes e pequenos atos e transformar em algo que tenha relevância de fato. E além disso uma das coisas mais bacanas dessa trilogia é que ela é repleta de personagens que falham e acertam, mas sobretudo não existem personagens só bons ou só maus.

Esse livro começa em uma pegada mais lenta, e aos poucos o ritmo da trama vai acelerando, porém só nas últimas 100 páginas as coisas ficam frenéticas mesmo. Esse livro também é repleto de tensão e passa aquela sensação de que a qualquer momento às coisas vão dar errado (algumas dão errado mesmo) e que alguém vai morrer e não sei o que. É um livro emocionante, repleto de reviravoltas e momentos de tirar o fôlego. Acho que posso dizer que eu fiquei com uma sensação de alívio depois que terminei de ler.

Falando do romance entre Jude e Cadan, eu confesso que esperava mais, é uma das poucas ressalvas que tenho do livro. Eles tem sentimentos um pelo outro, tem química e amor também. No entanto isso foi muito pouco desenvolvido, então eu gostaria de um pouco mais de sentimento/romance, (até que tem uma coisinha no final do livro, que dá uma leve compensada) mas apesar dos pesares eles tiveram um final bonito e eu fiquei com um sorriso bobo no rosto! 

E eu tenho mais uma ressalva, só que com relação a Taryn, ela traiu a Jude quinhentas vezes e às coisas se resolveram de uma maneira trivial. Como se nada tivesse acontecido, mas não vou nem entrar em detalhes, só não podia deixar de mencionar essa questão, que eu acho que poderia ter sido melhor desenvolvida.

Dessa vez a resenha ficou grande, mas acho que um livro desse tem seus méritos. A autora conseguiu fazer eu me encantar pelo universo e personagens que ela criou, e essa trilogia já entrou na categoria das melhores que li até hoje. Rei Perverso é o meu preferido da coleção, mas recomendo de olhos fechados todos os três livros, porque é uma história muito vívida e apaixonante, que merece ser lida do início ao fim. Então eu fico por aqui encerrando a resenha de mais um livro incrível. Eu espero que vocês tenham gostado da resenha, beijos e até a próxima!  (◕ᴗ◕)

PS: A capa desse livro ficou sensacional, assim como a dos outros livros da trilogia. Um verdadeiro show de beleza e conteúdo, pois a capa caminha junto com a história.