“RESENHA #3: O DUQUE E EU - JULIA QUINN”

  • Páginas: 293
  • Editora: Arqueiro
  • Autor (a): Julia Quinn
  • Título: O Duque e Eu
  • Coleção: Os Bridgertons
  • Nota:

Sinopse: Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, ele bola de um plano infalível. E é quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. E então o seu plano entra em ação, sendo satisfatório para ambas as partes.

O duque e eu é um livro da rainha dos romances de época, Julia Quinn, com mais de 10 milhões de exemplares de  seus livros vendidos, esse em particular faz parte da coleção mais famosa da autora "Os Bridgertons".

Nesse, o foco principal da história é em Daphne Bridgerton, a quarta filha da família e em Simon Basset. Esse é um daqueles livros que pode ser facilmente lido em apenas um dia, com menos de 300 páginas e uma trama convidativa, fica difícil soltar o livro depois de embarcar na história. A autora buscou trazer um romance de época divertido com um leve humor ácido, e ela fez isso com maestria. 

Existem algumas características do livro que valem a pena ser mencionadas, uma delas é que o livro é narrado em terceira pessoa, na minha opinião, foi uma ótima sacada da autora optar por esse tipo de narração. E também nós temos o ponto de vista dos dois protagonistas. Uma coisa que geralmente me incomoda nessas histórias são aquelas que na maior parte do tempo são narradas por somente um personagem, principalmente se for mais de um livro, como duologias, trilogias e séries. Mesmo sendo apenas um livro dedicado a Daph e Simon, eu achei muito satisfatório ver os sentimentos de ambos os personagens de seus respectivos pontos de vista. 
Outro ponto positivo da obra, é que antes de todo capítulo temos uma mensagem do jornal da cidade, o qual a escritora tem a língua bastante afiada, falando de todos os membros da amada cidade de Londres! Eu particularmente achei divertidíssimo isso!

E sim, esse é um daqueles romances clichês que aquecem o coração, mas ele também tem uma trama à altura dos demais livros desse gênero que existem por aí. A autora desenvolve os personagens, não tanto quanto eu gostaria, mas temos evoluções, algumas boas e outras nem tanto. 
Mas sendo sincera, no geral, à obra ficou dentro das minhas expectativas. 

CUIDADO: ALERTA DE SPOILER, DAQUI PARA FRENTE É POR SUA CONTA E RISCO.

Logo nas primeiras páginas vemos um drama relacionado a Simon, que sofre com a rejeição de seu pai. O mocinho dessa história gaguejava, e por isso foi humilhado e renegado por seu pai, que esperava que o seu filho por ser um Basset, deveria ser perfeito, não permitindo a existência de falhas. Uma coisa bonita disso tudo foi que Simon se esforçou e se tornou uma pessoa brilhante, como se não bastasse ser graduado em matemática, ele ainda fala de outros assuntos com uma gama abrangente de conhecimento, além de ter se tornado uma boa pessoa. Na minha opinião, com todas essas conquistas, Simon já havia provado que o seu terrível pai estava errado a seu respeito. Mas esse tipo de relação deixa marcas muito mais profundas do que às pessoas imaginam e Simon ficou emocionalmente machucado. Prova disso é que protagonista estava decidido a não ter filhos e contrariar o seu pai até depois da morte do mesmo. Ou seja, a linhagem dos Basset terminaria em Simon, (quando um duque não tem filhos homens, o seu ducado passa para a família mais próxima com filhos homens) e o título pelo o qual o pai tanto se orgulhava, seria passado adiante. 

E em contrapartida temos Daphne, uma moça bonita, simpática e educada, como toda dama daquela época deveria ser. Ela cresceu e viveu em uma família amorosa e grande, repleta de carinho, compreensão e apoio. Essa personagem na minha opinião foi a que mais sofreu transformações, e não no bom sentido. No começo da história temos uma protagonista sarcástica, engraçada um tanto quanto atrevida, e bastante carismática. (Em uma cena que um rapaz está atormentando a nossa mocinha e sendo muito para frente, ela perde a paciência e dá um soco na cara dele, eu fiquei "wooow", é assim que se faz Daph, tá aí uma mocinha pela qual os leitores se apaixonam, o meu amor por ela foi longo, mas não durou até o final do livro.) Mas no desenrolar da história, isso vai mudando.Todos os Bridgertons são apresentados nesse primeiro livro, uns com mais aparições, como Anthony, o irmão mais velho de Daphne e outros com menos aparições, como os irmãos mais novos.

Romance é o foco principal da história com algumas coisas acontecendo em segundo plano, quando os dois protagonistas se conhecem, logo de cara já tem uma atração no ar, amor a primeira vista? Talvez. Como premissa inicial Simon não queria se casar, mas ao desonrar Daphne com um beijo no jardim de uma festa, ele é obrigado a casar, bom, era isso ou a morte. Vale ressaltar que Simon já estava apaixonado por nossa protagonista feminina antes mesmo de ter que levá-la ao altar, ele só não podia/queria por causa dos seus problemas mal resolvidos em relação ao seu pai, mas mesmo assim ele contrária seus ideais iniciais e se casa.

Já em relação a Daphne, ela foi perdendo totalmente a personalidade conforme ela foi se apaixonando por Simon, mais especificamente depois do casamento, ela deixou de ser aquela mocinha alegre e atrevida para se tornar uma mulher extremamente desesperada e sem graça, em um ponto da história eu já não estava suportando a protagonista. A gota d'água para mim foi uma cena delicada da história, que Daphne em um ato desesperado para ter filhos, tem relações sexuais com Simon, que estava sonolento e parcialmente tonto (pode se dizer que ele tinha forças para parar o ato no meio do caminho, mas não tentou com tanto afinco).

Eu achei completamente desnecessário esse tipo de atitude da protagonista, a tomada dessa iniciativa por parte dela se dá mais especificamente por ela descobrir que Simon não poderia ter filhos porque não queria, e não devido a uma condição física. Não passarei pano para essa atitude dela. Além do mais acho que nada justifica esse tipo de atitude. Foi falta de respeito e uma quebra de confiança gigantesca para com Simon. (E sim, ele disse que não poderia ter filhos, não disse exatamente o porquê, mas disse). E um motivo pessoal que eu também considero estopim pra essa atitude, é  em decorrência de uma falta de diálogos e desespero genuíno, eles tinham se casado há 30 dias, não existia necessidade para tamanha pressa, acho que as coisas poderiam ter acontecido de uma maneira mais reconfortante.

Além dessa ocasião, eu senti falta de diálogo em relação aos problemas de Simon com o pai. Todas às tentativas de conversas sérias a respeito da situação terminavam em brigas ou afastamento por parte dos protagonistas (os personagens falaram e falaram da situação, mas não mudou nada, na minha opinião). Eu acho que poderia ter sido abordado de uma outra maneira e gostaria que tivesse tido um pouco mais de atenção em relação a essa parte da trama, mas no fim tudo acaba bem quando termina bem! Um final feliz e muitos filhos.

Esse livro é recheado de diálogos divertidos e provocantes entre os personagens, coisa que eu considero um ponto positivo. No entanto não tivemos aquelas conversas sérias e que ajudam na evolução do relacionamento e dos personagens em si. Eu senti que faltou isso entre Daph e Simon, na minha opinião, esse tipo de cena agrega muito à história, além de passar aquelas sensações de cumplicidade, compreensão e apoio, que deixam os leitores com coração derretendo feito manteiga e com uma sensação de paz.

Apesar de que tiveram algumas controvérsias a respeito dos dois protagonistas (Simon sendo machista e às vezes se considerando dono de Daphne, e a nossa mocinha passando totalmente dos limites como mencionei acima). Eu gostei do livro, foi uma leitura bem fluida e gostosinha, que me arrancou boas risadas em alguns momentos. Esse é só primeiro livro da série "Os Bridgertons", temos mais sete irmãos pela frente, com histórias e personalidades diferentes. Gosto de romances, mas me tornei adepta dos romances de época a pouco tempo, mas tenho apreciado bastante e pretendo dar uma chance aos demais livros dessa coleção e de outras coleções da autora também. 
Na verdade, todo mundo que tem interesse, deveria ler esse livro com os próprios olhos, porque temos muitos amantes de "Os Bridgertons" e ainda há quem considere esse o melhor livro de toda a coleção. Eu vou ler os próximos volumes para tirar as minhas próprias conclusões e você!? Espero que gostem da resenha, beijos e até a próxima! (◕ᴗ◕)
 

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